domingo, 30 de dezembro de 2018

Asas de morcêgo

“VARAL DE HISTÓRIA...ESTÓRIAS...ASAS DE MORCÊGO”
Todos temos amigos e História...caminhamos...ouvimos...relatamos...trocas ! Meu amigo publicitário...é daqueles que através de sua empresa, fixou as raízes embrionárias do Curso de Publicidade e Propaganda na Universidade Local...discorre do assunto com exemplos vividos...Histórias e Estórias... Outro dia contando, entre inúmeros clientes, eis que um empresário local, em seu comércio varejista, informou que havia um grande estoque de calcinhas femininas, e que precisavam vender ! Decidido a dar uma solução, nosso publicitário, determinou ao seu Departamento de Criação, que desenvolvesse uma campanha publicitária para venda ! Alguém formulou que se criasse “um varal de roupas”, com exposição das peças a serem vendidas. Assim produziram um filme, varal, tanque de lavar roupas, lavadeira, etc, etc. Nosso Publicitário veria os diferentes vídeos produzidos...mas foi para casa pensando, um varal com velhos exemplos de calcinhas “calçolas”, das gerações antigas...eis que então...assistindo à primeira versão, deparou-se com peças minúsculas no varal, tão minúsculas que ao vento, facilmente se enrolavam no fio...e ele teve uma visão, como se fossem morcegos, pousados no varal ! Os morcegos foram todos vendidos...com vento ou sem vento ! Texto do Dr. Adilson Tadeu Machado.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Texto do Dr. Adilson Tadeu Machado.

A ESPOLÊTA E O REVÓLVER...UM NATAL ! Passei este natal 2017, longe de casa...mas visitando uma filha que vive em outro Estado. Linda região, boa parte ainda desconhecida para mim, terra pródiga, conquistada com “braços fortes de imigrantes” que graças ao fruto do árduo trabalho, tornaram a Serra Gaúcha, num celeiro de progresso e trabalho ! Noite de Natal, jantávamos à convite de filha e genro, em elegante restaurante e analisava mentalmente, como muitos de vocês, aos diferentes Natais, que tivemos nestes anos de vida, com diferentes lembranças. Na década de 50, anos difíceis para muitos, nosso Natal em Lages, como todos os anos, montávamos com pinheirinho natural (não era proibido o corte), velinhas coloridas em castiçal de metal, como prendedor de roupas de varal e assim íamos montando. O pinheirinho era ajeitado em “lata quadrada de querosene”, vazia e que enchíamos de cacos de tijolos e areia para suporte do tronco do pinheirinho. Cobríamos à areia e tijolos com “barba de velho”. A “neve” do pinheirinho era com chumaços de algodão branco. Ao pé do pinheirinho, um casebre pequeno feito de tocos de galhos de árvore, com imagens de barro de José, Maria, Menino Jesus e animais e quem tinha, também os 3 Reis Magos , nossa representação de presépio. Eram noites mágicas ! A ansiedade brilhava aos olhinhos, das crianças ! Lages nos anos 50...era região de difícil trabalho...para muitos, era a lida campestre, roça, e assim por diante. Poucos proviam seus afazeres com moeda sonante. Minha mãe, professora primária, após passar dois anos internada em sanatório para tuberculosos, isolada da família, foi considerada incapaz para o trabalho, com colabação completa de um pulmão e 30 por centro do outro. Recebia o equivalente a meio salário mínimo da época. Na roça, meu pai, tentava vender os produtos de cada safra, competindo com muitos lavradores em semelhantes condições. Assim a vida seguia ! Aquele Natal, realmente estavam difíceis as coisas... eu havia ganho no Natal anterior, um revólver de metal, que estourava pequenos carretéis de papel, com espoleta. Era o tipo “cowboy”, com cinta que ajustávamos na cintura, meio caído à direita. Afinal eram tempos de “Roy Rogers, Rocky Lane, Dale Rogers, Billy the Kid” e tantos “heróis” dos “gibis” (cartoon) que líamos ou aprendíamos a ler. Tempos de “faroeste’ na matinée dos cines Marajoara, Tamoio e “Poeira” (Carlos Gomes). Eu notara que meu revólver sumira...ninguém sabia me dizer o que houvera ...afinal, tive que brincar de “faroeste”, com os amigos, improvisando com tocos de madeira. A brincadeira de faroeste, tinha regras próprias. Um pé de vassoura carqueja, no campo, servia de “trincheira” e ninguém poderia ser “prêso” ou “morto”, atrás de trincheira...divididos em 2 grupos “mocinhos e bandidos” disputávamos ‘partidas”. Everaldo tinha uma “estrela” de xerife no peito, como seu pai era alfaiate, ele aprendera a fazer coldre de pano,(brim verde oliva), sobra de tecidos e tinha um belo coldre, para alojar sua arma de plástico ! Eis que chega o Natal...voltávamos ansiosos da “Missa do Galo”, corríamos para o “Pinheirinho de Natal”, velinhas acesas, olhos esbugalhados, olhando os pacotes de presentes em papel colorido ! No meu pacote, encontrei o “revólver”, era o mesmo do ano anterior. Fôra limpo, lixado e pintado prateado, sua cor original , junto a ele, um rolinho de papel espoleta...meio desapontado, olhei para minha mãe...vi seus olhos marejados, brilho azul, ofuscado por lágrimas...exclamando...”Este ano Papai Noel aqui em casa, passou mas...foi o que foi possível deixar de presente” ! Estava com 8 anos de idade, entendi...e coloquei a cinta e o coldre, corri para rua e fui chorar sozinho.., para ela não perceber, não pelo revólver, mas por Ela, que fizera o trabalho de lixar e pintar meu presente...e pouco depois eu era o “Xerife”, com a estrela do amigo, que me emprestou ! Fomos à partida “Mocinhos X Bandidos”...eu ganhei ! Belo Natal ...quem não tem saudade ? 1956.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Natal 2018

Um Feliz Natal a todos os Amigos do CLUBINHO!!! Que o espírito do Natal esteja presente em todas as famílias e que as energias se renovem para darmos início ao ano onde comemoramos 40 anos de nossa amizade. Daniel Chiesa - Presidente

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Natal HM

A rede de lojas que foi precursora dos desfiles de Natal em Blumenau O "Magia de Natal" dos anos 60 ficou na memória de gerações de blumenauenses
Por Bianca Bertoli 18/12/2018 Jornal O Município de Blumenau. Se hoje o Magia de Natal cria boas memórias na cabeça de muitas crianças, os Natais da loja Hermes Macedo exerceram o mesmo papel para gerações de blumenauenses. A rua XV de Novembro, no Centro, começava a se verticalizar na década de 1960. O comércio ganhava diversidade e abria espaço ao turismo, que apenas engatinhava. Naquele período, os desfiles e a decoração promovidos pela rede paranaense conhecida como HM atingiram o auge. Os blumenauenses vestiam as melhores roupas e seguiam para a área central da cidade. Muitos levavam os filhos para acompanhar a passagem do menino Jesus, do Papai Noel, dos soldados romanos, de princesas, duendes, rainhas, palhaços e outros personagens que contavam a história do Natal. “Era um desfile por ano, que abria as festas de Natal. Acredito que era no sábado, no final da tarde. Era a festa de Natal da cidade. Um sonho aguardado o ano inteiro por adultos e crianças”, lembra o publicitário José Geraldo Reis Pfau, filho de Osmênio Pfau, que trabalhou na empresa por 35 anos. Pfau, que estava no início da adolescência no começo dos anos 60, acompanhava o pai, que era gerente, durante as férias escolares. Nos bastidores, via toda a movimentação para organizar o espetáculo que encantava moradores e turistas. Não à toa, guarda com paixão diversas fotos daqueles anos. Os que desfilavam eram voluntários, funcionários da HM e familiares. Surgiam sobre caminhões e carros alegóricos ou caminhavam da prefeitura (atual Fundação Cultural) até a rua Amadeu da Luz. O ponto alto dos desfiles era a chegada do Noel, que tinha barba sintética. O som das bandas (muitas vezes de escolas) ou dos carros com alto-falantes, que ecoavam pela via, disputava espaço com o barulho de foguetes. “O que se faz hoje no Magia de Natal não deixa de ser uma releitura do que se fazia nos anos 1960. Para aquela época, era altamente significativo. A HM motivou a dinâmica do Natal na cidade”, conta a historiadora e diretora do Arquivo Histórico, Sueli Petry. Presépio encantava as crianças Dentro da magazine havia outro encanto embaixo de uma escada: o presépio formado por bonecos móveis de madeira, vindos do Paraná. “Uma vez eu coloquei por brincadeira uma moeda na manjedoura e, quando vimos, os clientes encheram de moedas. Doamos tudo para uma instituição de caridade”, lembra, aos risos, Valdir Salvador, vendedor da loja nos anos de 1960. O jeito descontraído e alegre deu a Salvador um codinome durante os desfiles, quando ele se transformava em palhaço: Risadinha. E Risadinha foi também o Papai Noel, que recebia as crianças dentro da loja. Em dois anos o Noel da HM, que vinha de Curitiba, não conseguiu chegar a Blumenau. Salvador então assumiu o ofício: “Era um calor infernal debaixo daquela roupa, mas o sorriso das crianças valia o sacrifício”. Quando não era nem Risadinha e nem Nicolau, o vendedor da chamada linha branca era o responsável por manter as músicas natalinas tocando ininterruptamente no interior do estabelecimento. Salvador colocava o disco na vitrola e o som tomava conta do lugar. Até hoje, aos 74 anos, ele escuta canções para relaxar, ao anoitecer. Quem montava e enfeitava toda a loja eram os profissionais da equipe de decoração, liderada por Waldemar Kruger. O chefe do setor veio transferido de Curitiba no final da década de 1960. Com a esposa e quatro filhos começou uma nova vida em terras catarinenses. Erica Kruger ainda lembra do esforço e amor que o pai tinha pelo trabalho: “Ele criava os carros alegóricos e a brincadorama (espaço dentro da loja onde ficava o Papai Noel), que cada ano tinha um tema diferente. O mesmo tema era visto na brincadorama e no desfile. Ele também desenhou um arco de Natal, que ficava na frente da loja”, detalha Kruger. Desenho de um arco de Natal feito por Waldemar Kruger – Arquivo pessoal/Erica Kruger Com o apoio circense (Circo Bartolo de Curitiba), que fazia a coreografia e trazia as fantasias para os desfiles, os funcionários da equipe liderada por Kruger ficavam com a missão de desenvolver painéis, esculturas criativas de isopor, presépios, e enfeites dos carros alegóricos. Os clientes se misturavam aos visitantes que apenas queriam admirar a fachada mais chamativa da rua XV (com direito a um arco instalado no alto da via) ou ver o presépio de perto. A grande festa dos finais de ano foi perdendo força com o tempo. Nos anos 1970, a prefeitura passou a decorar as ruas do Centro para o Natal. Kruger morreu em 1989, quando ainda era chefe do setor de decoração. Ele viu os desfiles e enfeites exuberantes que criava perderem força, mas não chegou a presenciar o fim de tudo, nos anos 1990. A filha acredita que o sofrimento teria sido incalculável para quem, na opinião dela, fez parte de um trabalho que inspira o Natal blumenauense até hoje. A Loja Hermes Macedo Em 12 de maio de 1952, Hermes Macedo S/A inaugurava uma filial em Blumenau. Era a quinta loja da organização e a primeira fora do Paraná. O prédio fora alugado de Teófilo Zadrosny e o projeto de reforma foi do arquiteto Rubens Meuster. Em 1963 a loja, que ficava próxima ao prédio do antigo banco Besc, na XV, transformou-se em um shopping center da época, mudando para onde hoje fica o centro comercial Bremen Zenter. “Era uma loja completa, com mercadorias de varejo. Roupas, linha branca (geladeira, fogões), móveis, eletrodomésticos, eletrônicos, bicicletas, lambretas, motores, tapetes, porcelana, calçados, pneus, bateria para carro, peças de autos e caminhões, e tinha até um bar interno, o “Früstick Bar”,¨ponto de cafezinho e lanches”, descreve Pfau.Nos finais de ano a Brinquedorama, como ficou conhecido o espaço dentro da loja catarinense, tinha a presença do Papai Noel e do trono dele em meio a diversos brinquedos à venda. A loja fechou de vez em 1997. Os Natais da época, porém, permaneceram na memória da cidade e inspiraram a reativação recente dos festejos de rua.

CLUBINHO em Itapema - jantar de final de ano.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Aniversário do Presidente

Aniversário do Daniel. Um grande abraço de todos nós do CLUBINHO ao nosso amigo e presidente.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

CLUBINHO em Balneário Camboriú

Reunião e Jantar co CLUBINHO em Balneário Camboriú - Nei

domingo, 9 de dezembro de 2018

Um Natal convulsivo

“UM NATAL CONVULSIVO” (Extraído do “MEU DIÁRIO”, texto escrito em 20/06/1968, encontrava-me por 1 ano e 6 meses, numa ilha do Pantanal do Mato Grosso, Destacamento Militar do Exército Brasileiro – Bela Vista do Norte- Cáceres MT), aos meus 19 anos)
“São 10:50 horas da manhã, o dia se apresenta com temperatura propensa ao frio. Estive lendo um livro de telepatia e fiquei impressionado com certos fatos originários deste estudo. Há dias estive pensando em fazer deste diário, um registro de fatos decorridos na minha infância, alguns com passagens melancólicas, outras cômicas. Vou tentar...e a medida que for recordando levarei até este livro, para o registro do mesmo. Darei um título ao fato, para dar uma idéia inicial do que se tratará, o pequeno “conto”. Hoje relatarei um caso que foi motivo para muita chacota, durante longo tempo, entre os amigos, Ocorreu, se não me falha à memória em 1962 ou 1963.” Na antevéspera daquele natal, como no dos anos anteriores, lembrei-me do nosso tradicional “pinheiro” das festas de nascimento do Criador. Era costume que trouxéssemos colhidos dos campos, que circunvizinhavam a cidade de Lages. Teria eu, na ocasião 13 para 14 anos, entretanto dado à pouca idade, já queria me mostrar adulto. (Hábito de quase todo adolescente). Reunindo-me aos amigos do bairro, com quem mantinha mais amizade: Nonô (João Claudionor Matos Almeida) e Ênio Ribeiro, este filho adotivo de tio Zéca, irmão de minha mãe, meu primo, parceiro de muitos folguedos. Tratamos de providenciar os apetrechos necessários à caminhada, já que os campos onde iríamos, distavam uns bons quilômetros do nosso bairro das Casas Populares. Aprontamos um facão-de-mato, já enferrujado, que tomamos emprestado, de uma vizinha do Nonô! Cada um dos três munidos de funda e bocós cheios de pedras, rumamos para o campo onde ficava o famoso “Pocinho dos Escoteiros” (Coxilha Rica). Após uma hora aproximadamente, dávamos entrada secretamente no campo alheio, com o firme intento, de obter cada qual, o seu pinheiro, que embelezaria, a sala de nossas casas até o dia 6 de janeiro. (Dia de Reis). Lógico que tomávamos o máximo de cautela, para que não fôssemos vistos ou ouvidos, por alguns dos guardas, que nesta época do ano, mantém bem aberto seus olhos, para qualquer anormalidade no terreno. É um crime sujeito a processo judiciário (hoje sei), o corte do pinheiro, já que esta árvore, é valor muito alto nos mercados madeiríferos da região. Nossa procura foi curta, pois logo cada qual, encontrava-se com seu pinheiro, cortado e arrastando-o pela estrada do rio Guará. Excitadamente caminhávamos vangloriando-se no feito. Não recordo quem de nós, lembrou que deveríamos, já que ali estávamos, levar mais alguns pinheirinhos, para presentear aos vizinhos, amigos, em nosso bairro. Entusiasmados com o primeiro feito, sem consequências, deixamos o primo Ênio, na porteira de entrada da fazenda em que, se situava uma Companhia do 2º Batalhão Rodoviário e nos encaminhamos para o alto de uma colina, sabedores de que lá, depararíamos com bonitos exemplares de “árvore de natal”. De fato, não nos foi difícil, localizar o que procurávamos...e pouco depois descíamos em direção à porteira, lá juntando-se ao Ênio, empreenderíamos o regresso para casa. Já próximo à porteira, quando nos avizinhávamos de um pequeno capão de mato, eis que surgiram dois cavaleiros, montados em cavalos muito resistentes: Eles : --- Olá Moçada ! É prá vender os pinheiros ? Nonô com ares de desconfiança respondeu: --- Não Senhor! Eles: ---Mas que pena..., então teremos que ir cortar os nossos, não é mesmo Júlio? Falou com um homem mulato, de forte porte e que dado a sua aparência severa, já estava me atemorizando. O outro, branco, denotava certa superioridade, disse: ---Pois é rapaziada, vocês seguirão conosco, até a sede da fazenda e explicarão ao proprietário o porquê destes cortes de pinheiros. Não havia alternativa, os mesmos eram fortes e muito bem armados. De nada adiantaria correr, pois logo seríamos alcançados pelos cavalos. Creio que pelo menos em mim, não havia pensamento de fuga, pois era por demais, correr o risco de ganhar um tiro nas costas. Após a vinda do Ênio, que veio forçado pelo mulato, seguimos por estrada desconhecida, margem esquerda do rio Caveiras, com destino à sede da Fazenda. No caminho fomos alvos de piadas maldosas dos nossos detentores. O facão-de-mato, que foi exigido pelos mesmos, trazia no cabo quebrado, pedaços de tecidos que o envolviam para amaciá-lo no manejo, e evitar calos nas mãos. Sendo que um, era de cor prêta. Falou o mulato: ---Veja Júlio, eles trouxeram até pano preto, parece que já estavam prevendo que suas famílias irão ficar de luto! ---Basta que amarremos uma pedra no pescoço e lançamos no Rio Caveiras. Afinal ninguém poderá culpar-nos, não é mesmo ? Minhas pernas tremiam vertiginosamente, creio que o mesmo ocorria com os outros. Recordo que um pensamento veio-me à mente: “havia comungado no último domingo, será que no Nonô e o Ênio, também estariam preparados para morrer ?” Na minha infantilidade, não previa que o corte de pinheiros, em terreno alheio, por si só, já era um pecado enorme. Deduzindo-se que, desta forma, não poderia ir para o céu. Pois era o que mais me preocupava na época. A idéia cristã, foi muito bem incutida sobre mim. Fiz curso primário em colégio dirigido por freiras. Prosseguindo na “viagem forçada”, passávamos pela Companhia do 2º Batalhão Rodoviário, que era incumbida de um trecho de terraplanagem, para a futura estrada de ferro que ligará Lages à Caxias, no Rio Grande do Sul. Mais uma vez fomos motivo para troça. Uma senhora, provavelmente esposa de algum operário, dirigindo-se ao mulato, interrogou: --- O Senhor não vende estes pinheirinhos moço ? Mulato: ---Oh ! Minha Senhora, quem está vendendo estas árvores não sou eu e sim estes rapazes... Mostrou-nos, indicando com o rêlho, que já havia “funcionado” às costas de Ênio, porque o mesmo tentara atrasar-se e escapulir. A mulher, ainda de nada desconfiando, repetiu a pergunta para nós. Nossa resposta foi um silêncio e olhar de súplica para que nos livrasse dos cavaleiros. Ela parece ter compreendido, algo, calou-se. Nós prosseguimos a caminhada sendo observados por todos os habitantes do vilarejo. Cabisbaixos, não ousávamos olhar para os curiosos. Após uma marcha que parecia para a eternidade, por fim avistamos o final da jornada. Na porta da casa, um senhor mal-encarado, ouviu com maldosa paciência, a narrativa do corte dos pinheiros. Com olhar furioso interrogou-nos : ---Onde vocês moram ? Mentiu Nonô: ---numa companhia do Batalhão “prá lá” do bairro Coral. ---É muito longe, senão eu levaria vocês três amarrados , para que seus pais, fossem processados pelo crime de invasão de terras alheias! ---Dou-lhes 10 minutos, para saírem de minhas terras, após este tempo, sairei em meu cavalo e se ainda, os encontrar dentro dos limites da fazenda, dar-lhes-ei tamanha surra de chicote, que por muito tempo lembrarão deste roubo de árvores ! Dez minutos não daria para percorrer à terça parte do caminho, já que leváramos quase hora e meia de ida. Nonô, calmo e com o olhar mais ingênuo deste mundo perguntou ? ---“Sêo !! O senhor deixa, a gente, levar os pinheiros ? Pois já está cortados mesmo ! ---Raspem-se daqui, cambadas de sem-vergonhas! Ladrões Miseráveis ! Antes do homem terminar de falar, eu já corria a uns 50 metros, no máximo de velocidade que davam minhas pernas ! Cansados e já sem fôlego, continuávamos a correr, desesperadamente. Nonô então, sugeriu que fôssemos pelo mato e não pela estrada, pois no caso do homem vir com cavalo, não nos encontraria. De fato, pouco depois passava pela estrada, com firme intuito de nos alcançar. Cautelosamente mais tarde saíamos dos limites da fazenda, um pouco acima da ponte do Rio Caveiras, estrada da Coxilha Rica. Já mais calmos, regressávamos comentando o ocorrido e até algum, já rindo-se do ocorrido. Levávamos nossas fundas e algumas pedras no bocó. De vez em quando atirávamos sobre alguns passarinhos. Nonô, aproximando-se de uma macieira à beira da estrada, tentou acertar uma pelotada, num “chopim” pousado na macieira. Errou...e a pedra atirada com força, foi atingir uma casa próxima, caindo sobre o telhado de zinco, ocasionando um barulho infernal. Imediatamente saiu da casa, o seu proprietário e aos gritos disse : ---Ahh ! Seus moleques, por isto que nestes últimos dias, tem aparecido galinhas de asas quebradas! Eu e Ênio, corríamos o máximo que dava, mas para nossa infelicidade, o homem montou um cavalo e disparou atrás de nós. Nonô, havia cruzado à estrada e se internado nos terrenos da Chácara das Freiras, terreno que fica do outro lado da estrada de que nos encontrávamos. Rapidamente passei por uma cerca de arame farpado, ocasionando rasgões na roupa. Ênio embrenhara-se em um banhado, escondendo-se por detrás de umas moitas de macega. Após passado à cerca , aguardei à chegada do homem, é que me encontrava no próprio terreno do proprietário zangado, que não tardou em se aproximar dizendo: ---“Piá, foi você quem atirou a pedra? Eu: Não Senhor ! Eu: - aquele piá que está gritando lá naquele morro! De fato Nonô, surgira no alto de uma elevação e gritava provocando o homem. Enquanto isto, os cachorros deste senhor, localizaram o Ênio e foi com custo que conseguiu acalmá-los, para que o Ênio não fosse mordido. Zangado, o cavaleiro tentou agarrar ao Nonô, mas foi impossível, o mesmo correra e transpusera o riacho Ponte-Grande, sendo impossível agarrá-lo. Eu e Ênio, aproveitando a ocasião, corremos e escapulimos e para grande alívio, não fomos seguidos. Por volta das 16:30 horas, chegávamos em casa, cansados e abatidos. Quase umas duas semanas depois, ainda saía à rua, com medo de ser reconhecido. Foi uma lição que aprendi. Nunca mais voltamos, à campo algum, para cortar “Pinheiro de Natal” ! Bela Vista do Norte - Cáceres MT - 20 de Junho de 1968 - 5a feira - Adilson Tadeu Machado 3º Sargento RT - QRE - Exército Brasileiro - 2º Batalhão de Fronteira. Texto do Dr. ADILSON TADEU MACHADO

facebook

sábado, 8 de dezembro de 2018

Aniversário do Adilson

Parabéns pelo seu aniversário Dr. Adilson Tadeu Machado. Um grande e forte abraço de todos os seus amigos do CLUBINHO.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Ata de 04 de dezembro de 2018

Ata do CLUBINHO do dia 04 de dezembro de 2018 realizada reunião e jantar em Blumenau pelo Adilson Tadeu Machado na Churrascaria Tiefensee no Garcia. O Cardápio de costume, contendo até o feijão na caneca. De convidado o amigo Ernesto Grazziero Filho. Que vive em Blumenau nas terças, quartas e quintas. Interessante a proposta do Banco do Brasil no terreno e prédio do BESC com 300 prestações de cincoentinha. O Estacionamento fatura quarentinha. É a quinta vez que querem soltar o lula. O militar do comando está no oxigênio. E foi o gás que vazou na 470. E não explodiu. Foi também a - meia do Adilson - que fez calos na corrida do Natal. Tem gente que lembra os nomes dos jogadores do time (deles) na baixada. Olímpico. Era a filha do roupeiro ajudava a colocar pra dentro. E não tirava. Isso em dia de jogos. O garçon trouxe limão cortado errado, respinga no vizinho. Quem fez não frequentou o Senac. Foi um parto a história do Ernesto. Era o Dr. Hess. O Wilson diz que pra Lages tinha de passar no Travessão. Contou que dirigiu do PR até SC mais de 600 km depois de comer. Mas tava bom. O amigo dos filhos do Zé de Itapena veio de bicicleta ver e saber o que era oktoberfest. (?) Na memória de infância o pneu guiado com arame, as latas com areia (rolo) que eram os carrinhos e caminhões na época. Os heróis do automobilismo de Lages, Plinio Luersen, Batistella e as carreteras de Andreata. E o nosso Ligue Ligue. Um breve momento de fuscas. As Kombi que são exportadas para a Alemanha. Restauro de cerros e o Hot_bug dos Locatelli. O Wilson falou da cortiça em Portugal e dos limões cicilianos. Da rolha fomos para o barril e o Cláudio diz que na vincula Argentina questionado o que fazem com barril de carvalho debochadamente responde que entregamos para os chilenos. Que o vinho é Malbec. O Ernesto diz que tomou um café da manhã de hotel com o Ernesto Geisel. Que o simpático chamou de Gei ziero... Indo para a Amazonia o Adilson contou que como operador de rádio o Adilson ouviu consulta nacional pelo rádio sobre a indicação do substituto do Médici. No outro extremo o Cláudio não deixou por menos e conversou com o Figueiredo num churrasco no Rio Grande do Sul. Como ninguém esteve com o Messias e muito menos com algum Moisés tomamos a iniciativa de encerrar. É bom já ir se acostumando.