sexta-feira, 28 de março de 2014

Catecismo

Imagens em Movimento: no face book O fim da clandestinidade de Carlos Zéfiro Só em 1991 foi desvendado o mistério que intrigou incontáveis adolescentes nas décadas de 50 a 70: quem era Carlos Zéfiro? A resposta foi encontrada em 1991 pelo jornalista Juca Kfouri, diretor da revista Playboy, que identificou e entrevistou Alcides Aguiar Caminha, o nome verdadeiro do autor dos quadrinhos eróticos que, publicados em formato de gibi, incendiaram a imaginação da juventude brasileira. Algumas edições alcançaram tiragens superiores a 30 mil exemplares. Parceiro de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito na clássica canção A Flor e o Espinho, o pacato funcionário público escondeu-se sob o pseudônimo famoso para escapar da censura, manter o emprego e contornar possíveis reações negativas da mulher, uma católica militante – que acabou se transformando na maior incentivadora da sua fama tardia. Depois da aparição na Playboy, saiu de vez da clandestinidade e foi tema do documentário Zéfiro Explícito, de Sergio Duran e Gabriela Temer, recheado das mesmas cenas picantes dos quadrinhos. Realizado em 2012,o filme tem a excelente narração de Paulo César Pereio e as saborosas ilustrações de Vini Wolf, do Copa Estúdio, que dão vida aos desenhos de Zéfiro. Contada em 15 minutos, a história de Caminha/Zéfiro é um deleite tanto para os nostálgicos dos catecismos quanto para os que não puderam conhecer o talento e a criatividade excitante de um grande desenhista brasileiro. SYLVIO DO AMARAL ROCHA