Quatorze milhões de idosos brasileiros, a maioria homens, gastam mais de cinco horas on-line por semana. Seus dedos checam e-mails (98%), procuram atividades de lazer (67%), buscam notícias (64%), realizam serviços bancários (58%) e se apaixonam. Os tempos mudaram, claro, mas as declarações escritas continuam a inflamar relacionamentos. Do papel para o e-mail. Do telefone ao Skype. Do recado de geladeira aos 140 caracteres do Twitter. A geração com mais de 65 anos – que acompanhou meio que assustada essa transição – agora não se acanha com as novidades tecnológicas e avisa que está definitivamente on-line. Acontece com os mais de 14 milhões de idosos brasileiros – o equivalente a duas vezes a população do Paraguai -, que cada vez mais conhecem os encantos da web. Dos internautas acima de 60 anos, 90% são homens e gastam mais de cinco horas on-line semanalmente, de acordo com a pesquisa da empresa de soluções em segurança Panda Security. O estudo, realizado em dezembro com 16.850 pessoas, revela que 98% deles navegam para checar os e-mails, 67% procuram atividades de lazer, 64% leem notícias e 58% usam serviços bancários. Por enquanto, as redes sociais ainda não estão entre os preferidos. Mas existem os adeptos: 28% têm perfil na rede e 11% participam de fóruns ou blogs. E esse número vai aumentar. A população idosa cresce, e muito, no Brasil. Segundo dados do Censo 2010, divulgado na semana passada, o segmento passou a representar de 3,3%, em 1991, para 4,3% em 2000 e 5,8% em 2010. No Centro-Oeste, o percentual de crianças em 1991 era de 11,5% – e caiu para 7,6% no último ano. A expectativa é de que, em 2025, a população idosa brasileira seja de 35 milhões de pessoas – 21 milhões a mais do que neste momento. A Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria acredita que este número ainda seja superado por causa das novas condições de vida da população. O conceito de velhice mudou. O passado foi um período em que, as pessoas mais velhas eram afastadas das atividades sociais. Hoje, os idosos estão mobilizados a participar ativamente da sociedade, explica a entidade que acredita que com mais acesso a educação, cultura e renda, os idosos se deram conta de que os anos a mais que ganharam devem ser vividos intensamente. O computador incentiva a ideia e é uma nova oportunidade de conhecimento e relacionamento, uma estratégia poderosa que essa geração de internautas estão sabendo aproveitar muito bem. A Intel realizou uma enquete on-line com 1,5 mil internautas brasileiros em abril deste ano. Pelo menos 39% disseram que as mães querem ter um computador novo – e só para elas. O principal motivo para o uso de 33% é a possibilidade de manter a conectividade com toda a família e o de 29,6% é por causa do trabalho. Apenas 15,1% são capazes de utilizar todas as ferramentas do computador e da rede. Mas 11,2% gostam de jogar e têm perfil nas redes sociais. Já 27,3% dizem que elas pedem ajuda só de vez em quando.
http://www.carosouvintes.org.br/blog/?p=22413 - parte do texto - A web – quem diria? – encanta a velha guarda 11/05/11