domingo, 30 de junho de 2019

Texto de Adilson Tadeu Machado.

“Edison ...99 anos ...03/07/2019 “ Estou lendo o livro “Colônia Blumenau no Sul do Brasil” de Gilberto Schmidt-Gerlach, Bruno Kilian Kadletz e Marcondes Marcheti, foi-me emprestado pelos amigos Toni Coelho e José Geraldo Reis Pfau. Obra simplesmente...maravilhosa. Passei ao domingo, mergulhando na nossa adotiva Blumenau! ! De foto em foto, de texto em texto...lembrei-me do meu “querido aventureiro”, meu saudoso Pai...Edison ! Adorava contar História e estórias, à beira do fogo de chão, no galpão, ou à beira do fogão à lenha, embevecidos, ouvíamos seus “causos” ! - Edison: “ aos cinco anos, meu pai Boanerges, montou-me na mula madrinheira (aquela que leva o pequeno sino,Cincerro - amarrada no pescoço), orientando à tropa. Descemos à serra, negociando e trocando gado bovino, com colonos alemães, de Bom Retiro, Alfredo Wagner, Angelina, Major Gercino e Brusque.” Para mim, com 5 anos(entre 1925 e 1926) de idade, era um mundo fascinante”. Nosso almoço, arroz carreteiro e café tropeiro. (Joga-se o pó de café direto numa vasilha de lata , com água fervendo, sem coador). Depois afasta o pó que pousou no fundo e se bebe com açúcar grosso, “melhor café do mundo” ! Chegando em Brusque...vi pela primeira vez, à noite, ruas iluminadas com energia elétrica. Ali meu Pai, levou-me para comprar um picolé (sorvete de palito)...não lembro o valor..mas acho que era uns “quinhentos réis”...foi meu primeiro contato com sorvete ! Gostei tanto que pedi dinheiro ao meu pai e escondido dele, comprei dois picolés, Deliciei-me com um e o outro (levar para minha mãe Angelina, em São Joaquim) (risos de nós meninos) , embrulhei em papel e guardei no “pessuelo”, alforje de couro,(risos) que se coloca na garupa da mula, levando objetos. No retorno de Brusque, parados no ponto de “pouso”, fui conferir meu “Tesouro”, deparei com a “tragédia”,(risos) o papel jornal, molhado e fofo, e apenas um palito de madeira úmido”. Abri um “berreiro” e desatei a chorar,(risos) meu pai veio correndo ver, vendo meu desespêro, acudiu-me bondosamente e explicou-me porque o picolé derretera. De qualquer maneira, carreguei comigo,- a frustração de não chegar em São Joaquim, e entregar para minha mãe, aquela descoberta !" Achávamos “graça” do “causo”, mas notávamos um olhar de nostalgia, nos olhos verdes do “Sêo Edison", contador de “causos”...e são inúmeros ! Saudades “Meu Velho”...!