sexta-feira, 4 de junho de 2021

Coroa irreverente - texto do Dr. Adilson

“Clubinho... Corôa Irreverente” Dezembro de 1979, pouco depois do Natal, vim apresentar-me no 23º BI – Blumenau. 1° Tenente Médico, encontrava-me no período de “Trânsito”. Terminara o Curso de Oficial Médico na Escola de Saúde do Exército – Rio de Janeiro. Minha nova unidade em Blumenau, encontrava-se sem “médico de carreira militar”, o Oficial médico R/2 Temporário, estava deixando ao serviço ativo em próximos 2 dias. O Comandante da época Ten Cel Inf QEMA, Hipólito Vijande Bermudez, solicitou-me que permanecesse na unidade, prestando serviço, uma vez que não poderia à unidade militar ficar sem médico ! Ofertou-nos trocar o período de 20 dias de trânsito, para no futuro compensar. Ficamos na nova missão e nunca pedimos compensação ! Questão de Dever de Ofício. Blumenau, nova unidade, nova guarnição, desconhecido no meio civil e médico. Aos poucos aproximando-se. Corpo médico aguerrido, outras épocas. Conheci no Departamento de Desporto da CME de Blumenau, o atleta campeão Rubens (campeão dos jogos abertos em arremesso de discos). “Rubão”, (In memorian) muito querido por todos, fazia treinamento físico e treinava interessados na Academia do CME no Ginásio Galegão. Nos finais de tarde, praticávamos musculação e corrida com Rubão. Conheci então o colega João Klein Neto, Endocrinologista e Médico do Ambulatório da TEKA. Aproximamo-nos pelo esporte e para uma amizade até seu falecimento trágico. João era atleta múltiplo. Musculação, Surf, Tênis e Futebol. Isto nos aproximou e assim me levou para o CLUBINHO. Integrado por amigos de infância de Blumenau, fundado em 1979. Todas as terça-feiras, jogando vôlei; futebol de salão; basquete,;futebol “soçaite”; bocha... enfim a modalidade que o “sócio do dia – pagador do aluguel da cancha e jantar escolhia. Estamos convivendo há 41anos, hoje jantares e convivência de debates acalorados, torcidas futebol, tênis, política... tudo registrado em ata. Na Pandemia, continuamos com LIVE, agora um pouco “adormecidos”. Alguns já partiram...criaram asas e foram-se para o CÉU, todos “anjos” com certeza. Tivemos campo de futebol. Nosso estádio era o do “ESTRÊLA VERMELHA”, ali perto do recanto Refúgio, estrada para Guabiruba. Tínhamos iluminação, vestiário e arquibancadas. Resolvemos vender ao dono antigo e voltamos para aluguel de quadras. Menor custo. Num destes velórios de “anjos”, tivemos problemas com a partilha de valor, da Corôa de Flores. Alguns não pagaram ao Tesoureiro. Sempre os mesmos. Então alguém sugeriu que em caso de velório, o Clubinho tivesse uma corôa de flores de plástico, retornável. Bastaria um polimento rápido, faria presença do velório e depois passaria para o novo “Guardião”, sempre o mais velho da turma, porque “está mais perto do bico-do-corvo”. Assim hoje, quando alguém adoece, recebe o recado: “Melhore aí... porque o Guardião já está providenciando polimento da corôa”. É este o remédio para levantar “o moral”, do doente para que trate de melhorar logo ! A “corôa” nunca vimos... mas a “figura” criada, tem sido o argumento frenético para recuperação de todos. Ninguém quer ser o próximo Guardião ! O “time de anjos” que já subiu, tá sempre precisando de atletas... ninguém quer ser o próximo escalado ! Grande abraço aos CLUBISTAS ! O Guardião !