sábado, 22 de janeiro de 2022
Médico Militar - texto Dr. Adilson.
“Dr” ...o que faz o “médco-militar” ?
Depende ... na “Guerra ou na Paz” ?
Na Guerra, depende do “Escalão de Saúde” que ele atua:
1) - Posto de Triagem - Pelotão de Saúde, com grupo de “padioleiros” remove feridos fazendo triagem entre ferimentos graves e leves .
2) Enfermaria: Mantém feridos e doentes em condições de recuperação rápida e retorno à linha de frente e voltar ao combate
3) Hospital – Atua com cirurgias e recuperação de feridos mais graves, até reabilitação completa para voltar ao combate ou evacuação definitiva por incapacidade definitiva !
Na Paz :
1) Participa da Seleção de Saúde dos “conscritos”, candidatos a prestarem o Serviço Militar.
2) Atende diariamente na Enfermaria do Batalhão, consultas e pequenos procedimentos, aos Militares da Ativa (trabalhando), Militares da Reserva, Dependentes (familiares de todas as categorias). Triagem de casos para evacuação a hospitais militares e civis para procedimentos cirúrgicos, clínicos , mais complexos que dependem de aparelhagem adequada.
3) Participa dos Exercícios militares, marchas, acampamentos, etc, atendendo aos militares em seus primeiros socorros e dispensando de atividades que possam agravar seus ferimentos ou problemas de saúde !
4) Atua nas comunidades civis, colaborando nas ACISO, Ações cívicos militares, nas populações de difícil acesso a atendimento médico.
Como são os meios, a equipagem destes “Postos de Saúde” ?
Depende: as vezes uma simples mochila, com alguns equipamentos, depende da missão onde o militar vai atuar !
O Batalhão que o Sr atuou ...23 BI , que estrutura possuía no seu tempo ?
Nossa enfermaria, era composta de Gabinete Médico, Gabinete Odontológico, Laboratório clinico para exames , Almoxarifado e equipe Médica (2) , Dentistas (2), Enfermeiros militares (3 ou 4) e Padioleiros (Auxiliares de enfermagem 5 ou 6) . A enfermaria possuía alojamento para internação de Praças (Soldados, Cabos e Sargentos) e Internação para Oficiais) – Não existiam planos de Saúde, atendia-se em casos de acidentes graves ou Urgência e Emergência, com apoio cirúrgico de Hospitais na rede SUS) .
Partos ? Sim ... fizemos alguns nas enchentes de 1980, 1983 e 1984 , o Ribeirão Garcia enchia e era difícil deslocar em canoas (bateiras) , à noite e com tempo chuvoso , helicópteros não voavam !
Batalhão sempre abria as portas do Serviço Médico e Alimentação, socorrendo aos desabrigados .
Médico e Enfermeiros militares eram chamados constantemente, a atender em domicílios de civis e militares. Trabalho árduo sim, não haviam ambulâncias em Blumenau, nossa ambulância apesar de ser dos anos 50, atuava intensamente !
Foram anos difíceis, mas que forjaram a prática da medicina, em barracas, canoas, domicílios, nos ensinaram a prescrever receitas em cima de joelhos,(prancheta) de cócoras, ou apoiado na cabine da ambulância ou outro veículo (viatura) utilizado !
Hora Extra ? ... não, isto não existe para militar, nem lugar...isto se chama MISSÃO ! Nunca se recusa Missão de Salvamento !
Mudou muito ?
Sim ! Altas tecnologias...altos recursos...creio que para melhor ! Todavia o “ôlho no ôlho”, ajudar com o meio que dispuser, para aliviar sofrimento, seja com drogas reposicionadas, reconhecidas por anos de resultados...na Guerra ou na Paz... a burocracia não pode substituir a ação humanitária ! Nossa Continência ao Serviço de Saúde das Forças Armadas !