domingo, 16 de setembro de 2018

RÁDIO NO BANHO !

O ano era 1983, então oficial médico do Exército Brasileiro – 23. Batalhão de Infantaria, aqui em Blumenau. Radioamador, finalmente tinha um rádio de boa qualidade, adquirido de segunda-mão, de um Arcebispo Católico de Florianópolis, radioamador. Era um Yaesu FT 101 B, transmitindo em AM e SSB. Maravilha, eu residia na Vila Militar. Tinha minha estação de rádio montada numa pequena acomodação de nossa casa. Era o meu “shack” ! Através de um projeto, que um amigo projetara, consegui montar um mastro de antenas “telescópico” e que tinha um volante manual, onde eu girava uma antena, na direção dos países que queria “trabalhar”, antena de 3 elementos, para 20, 15 e 10 metros. Usando sinal de CW, fazia contatos com radioamadores em código morse, pelo mundo todo. Era meu hobby fabuloso e extraordinário, até hoje o faço ! Havia adquirido um consórcio de automóvel, fui sorteado, um passat branco, meu primeiro carro, depois de profissional. Usava para o trabalho e passeios fim de semana, com a família, em Blumenau a arredores fins de semana. Danny, meu primogênito, com 3 anos de idade, adorava ajudar-me a lavar ao “carro”, um balde amarelo e um pequeno pano, aos domingos à tarde, lavávamos o passat na garagem. Certa manhã, chegando após expediente de trabalho para almoçar em casa, ouvi um barulho contínuo e estranho, no quartinho da minha estação de rádio. Lá estava minha esposa, com um secador de cabelos, sobre meu rádio. Danny, , com seu balde amarelo e seu pano, havia “lavado” o rádio do Papai, fazendo sua “boa ação”. O transceptor é feito de uma caixa metálica, rígida, com frestas que permitem a troca de calor, com o meio ambiente, para “refrescar os circuitos eletrônicos” e permitir uma perfeita ventilação interna e manter-se na temperatura ideal. Senti angústia e meu coração apertado. Continuei o trabalho de “secagem” ...e resolvi ligar o rádio testando. Ouvi um “ronco” similar a “uuóóó” do aparelho e o desliguei imediatamente. Pedi socorro a um amigo eletrotécnico e radioamador em Itajaí, renomado e reconhecido por seus conhecimentos em “modernos” equipamentos. Fim de semana, levei o rádio e o busquei no outro. “Bida” (nome do meu amigo técnico). Perguntei “Como foi o conserto ?” Bem eu desmontei, coloquei as “placas para secagem” em um forno de Beer, e remontei. Tudo funcionando perfeito, sem danos”. Quanto lhe devo ? Nada, isto é o valor dos radioamadores, quem não vive para servir...não serve para viver “. - Quem de nós não enfrentou destas peripécias de infância ? Nosso abraço ou FTE 73, como se diz no “rádio” ! Texto de Adilson Tadeu Machado -